Não
sei o que é um Keynesiano. Admito. Aparece no jornal e limitei-me a copiar.
Também reparei que o Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, o é. Também não
sei ao certo as implicações que isso tem. Wikipédia. O que sei, o pouco que sei,
é que o mais recente doutor honoris causa
de três universidades da capital – a de Lisboa, a Nova e a Técnica - se
opõe à austeridade para resolver o problema da dívida, é critico do papel da troika, seja lá o que essa palavra
quiser dizer, da forma como esta tem actuado e da visão moralista alemã sobre a
economia europeia. Quem sou eu para criticar as opiniões de um galardoado pelo
rei da Suécia. Opiniões que, até aqui, humildemente, partilho.
Defende,
para um aumento da competitividade nacional face ao exterior, uma queda dos
salários de 20% a 30% em relação a um país [Alemanha] que, no mesmo dia,
rejeita aumentar o poder financeiro dos mecanismos de socorro ao euro enquanto
aprova o segundo empréstimo à Grécia. 130 Milhões de euros. Estou certo que a
competitividade aumentaria. Confio, de forma religiosa, na matemática que levou
o economista a tal afirmação. Concordar com a sua aplicação? Não posso. Nem
mesmo que hipotética. Não neste país e não agora.
Somos
um país irritado. Agastado. Por diversas razões que vão desde a perda de confiança
numa classe política que, muito mais que corrupta, é imbecil, mal preparada e
mesquinha, centrada mais no populismo e autopromoção do que na gestão do que é
público, até ter de engolir o rótulo de caloteiro passado a um povo, na sua
maioria, cumpridor, mesmo no limite das suas possibilidades. Da irritação ao
descontentamento generalizado é um passo. Do descontentamento ao cocktail molotov é um piscar de olhos.