Os óculos
lacrimejavam por descanso no breu cortado por um ecrã que debitava, demasiado
luminoso, os fatos, nus sem chapéu, e aquele sotaque insular com cheiro de um mediterrânio
ao sol que escalda o rosado siciliano de italianinhas, com olhos negros de mulher.
É um inglês mais que americano, é sensual, voluptuoso, é italiano. É compassado
a tiro de bala. Que esconde sobre o virginal do manto familiar uma hierarquia
militar baseada no respeito, mesmo deturpado pelo medo, mesmo imposto pela
força.
Há que defender
o Don, seja ele o pequeno Andolini, que se fez Vito com o suor de quem sobe a
punho, seja ele Michael, que mesmo não querendo sempre foi Corleone, ou mesmo
Vincent Mancini que, não o sendo de nome, tinha a inteligência calculista e a firmeza
de quem deixa o amor de Mary para ser líder de uma família de homens.
Foi uma
maratona copolliana que projectou o magnetismo que emana de quem tudo fará para
proteger a (sua) Família. De quem põe de parte pequenos interesses mesquinhos,
colocando e sabendo nivelar conveniências alheias, que afinal também são suas,
no topo das prioridades. De quem não aceita, nem desculpa, traições, mudanças
de andamento a meio da música porque matariam um programa comum.
Deslealdades
fraternais que poem em causa todo um projecto e toda uma Família que o
suportou, que penou por ele durante 2 anos, devem ter o mesmo destino que Fredo
Corleone, que rezou o seu último Hail
Mary já com aço a fumegar da nuca.
Recomende-se a
genialidade do Francis Ford a Paulo Portas e Pedro Passos Coelho, pode ser que
deixem de brincar às democracias.
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