5583. Número
de bebés nascidos no ano passado na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), a única
que registou um aumento do número de partos entre 2010 e 2011 e onde se
investiram 11 milhões de euros, desde 2004, em obras de renovação,
apesar de um primeiro anúncio de encerramento em 2005. A
última versão aponta para o seu desaparecimento até ao final do ano. Nada
contra. A MAC, inaugurada em 31 de Maio de 1932, funciona num edifício antiquado.
Com todas as condições para ser um centro de excelência, mas velho. Gasto. Não
é o prédio que garante o tratamento exemplar dos pacientes. São as pessoas,
mais precisamente as equipas. Que se mantenham juntas, noutra rua, noutra
morada, é indiferente. O know how não
está restrito aos alicerces da maternidade. E ainda bem.
O objectivo
seria a transferência para o Hospital Oriental de Lisboa (conhecido como
Todos-os-Santos). Ainda não foi construído. Estava previsto receber os
profissionais da MAC. Estava previsto para 2014. Estava previsto ser financiado
pelo Banco Europeu de Investimentos. Estava previsto. Mas não saiu do papel.
Como sempre, sempre culpa da troika. Então,
desarticula-se a maternidade. Mas com garantias! Garantindo que a unidade que
vier a concentrar a maior parte dos médicos e enfermeiros abrirá um serviço com o nome Dr.
Alfredo da Costa. Está resolvido.
Não me choca
que 44% da capacidade instalada nos blocos de partos de Lisboa não seja
utilizada. Choca-me é que, apesar disso, se abra o Hospital de Loures – gerido pelo
BES – e se mantenham parcerias público-privadas incomportáveis, como é o caso
do Hospital de Cascais.
Apesar de toda
a capacidade intelectual governativa estar focada na restruturação do sistema
de saúde da capital, ainda houve força para combater dois grandes flagelos. Os milhares
de homicidas que fumam com criancinhas dentro do carro e os botellhóns, proibindo a venda de bebidas
alcoólicas em postos de combustível – onde é, reconhecidamente, mais barato
comprar seja o que for. Protecção da saúde de catraios e adolescentes de uma
vezada só. Depois desta semana era isto que era preciso. Medidas
populares, apoiadas pela comunicação social, sem custo para o legislador. Até
parece mentira.
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