Escola Básica
de Granda. Valença. Certa professora, entretanto substituída pelo Ministério da
Educação, colocava 15 alunos do 3º e 4º anos a assistir
a filmes e desenhos animados, acompanhados por uma auxiliar, durante grande
parte da manhã. Os meninos começaram a ficar desassossegados, não queriam ir à
escola e alguns até começaram a ser seguidos por psicólogos. Não compreendo o
porquê de uma criança de 8 anos recorrer a ajuda profissional por ver bonecada a
manhã toda – desconfio que, quando a professora saía da sala, a
auxiliar mudava para o programa do Goucha e daquela outra arara. Aquilo deprime
qualquer um. Até criancinhas.
Só considero
haver uma coisa pior que pôr o futuro da pátria a ver a diarreia matutina que
passa por televisão neste país. É obrigar um país inteiro a ver a incapacidade
que escorre de quem, se não passa a manhã a ver o caso da avó que tentou
envenenar o neto ou o último desgosto de amor da Merche Romero, é porque
prefere ver a Júlia. No mesmo horário, diferente canal. Falo do Seguro. O
moribundo. É certo que o homem só tem tempo para tentar maquilhar os
Lellos/Socristas/Socráticos/Socratistas – seja lá o nome da enfermidade - em
qualquer coisa parecida com uma bancada parlamentar. Isso e, à boa moda dos
programas da manhã, responder aos telespectadores. Ou a comentadores políticos.
De resto, nem se uma oposição de medidas fortes fosse coisa para calhar na
Árvore das Patacas, o Sonecas tinha carisma para levar ao Parlamento. A sorte é
que o António Costa está aí à espreita. Pode ser que esse veja menos televisão.
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