Esta loja
apareceu-me à porta de casa. Bazar
Esotérico Mundos Ocultos. O que (raio) é um bazar esotérico? Não sei. No
meu imaginário, os praticantes de ciências do oculto são isso mesmo, ocultos.
Difíceis de encontrar. Ora, segundo o site, A Luz dos Orixás, este estabelecimento tem irmãos por todo o país. Uma
espécie de MacDonald’s de macumbas e tanglomanglos
onde, imagino eu, há funcionários suados e descontentes a gritar manipansos
para uma cozinha de enfezados a cheirar a fritos.
- “Quero um Chiken Mandinga. Natura! E uma Cola Zero.”
- “Quer ranho
de amarração?”
- “Não, mas
queria mais uns guardanapos.”
Não me interpretem
mal. Eu adoro um bom candomblé depois do almoço e a montra promete uma grande
variedade de serviços que vão desde consultas com um “Médio-vidente” até “Reiki”
ou “Lançamento de búzios”. Tudo para uma religiosidade alternativa. Ou
complementar, porque em tempos de crise rezam-se a todos os santos e, verdade
seja dita, já ninguém aguenta ficar com a Santa Hóstia colada no céu-da-boca
enquanto se tenta balbuciar um Pai Nosso.
Mudando de encantamentos
para sortilégios a sério, muito se tem falado sobre a greve dos jogadores do União
de Leiria - até a Académica vai entrar de luto no próximo jogo com o Sporting.
Imagino que “o luto pela morte da verdade desportiva” seria levado a cabo mesmo
se não tivesse sido o Feirense a ganhar aos mal pagos e a fugir dos lugares de
descida de divisão.
São exemplos
como este que mostram verdadeira realidade de um país. É banal o encerramento,
por dia, de dezenas de PME, mas parece ser incompreensível e, até mesmo, chocante quando a falta de dinheiro atinge um clube de futebol. Sacrilégio!