terça-feira, 17 de abril de 2012

MAC. Tabaco. Botelhón.


5583. Número de bebés nascidos no ano passado na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), a única que registou um aumento do número de partos entre 2010 e 2011 e onde se investiram 11 milhões de euros, desde 2004, em obras de renovação, apesar de um primeiro anúncio de encerramento em 2005. A última versão aponta para o seu desaparecimento até ao final do ano. Nada contra. A MAC, inaugurada em 31 de Maio de 1932, funciona num edifício antiquado. Com todas as condições para ser um centro de excelência, mas velho. Gasto. Não é o prédio que garante o tratamento exemplar dos pacientes. São as pessoas, mais precisamente as equipas. Que se mantenham juntas, noutra rua, noutra morada, é indiferente. O know how não está restrito aos alicerces da maternidade. E ainda bem.

O objectivo seria a transferência para o Hospital Oriental de Lisboa (conhecido como Todos-os-Santos). Ainda não foi construído. Estava previsto receber os profissionais da MAC. Estava previsto para 2014. Estava previsto ser financiado pelo Banco Europeu de Investimentos. Estava previsto. Mas não saiu do papel. Como sempre, sempre culpa da troika. Então, desarticula-se a maternidade. Mas com garantias! Garantindo que a unidade que vier a concentrar a maior parte dos médicos e enfermeiros abrirá um serviço com o nome Dr. Alfredo da Costa. Está resolvido.

Não me choca que 44% da capacidade instalada nos blocos de partos de Lisboa não seja utilizada. Choca-me é que, apesar disso, se abra o Hospital de Loures – gerido pelo BES – e se mantenham parcerias público-privadas incomportáveis, como é o caso do Hospital de Cascais.

Apesar de toda a capacidade intelectual governativa estar focada na restruturação do sistema de saúde da capital, ainda houve força para combater dois grandes flagelos. Os milhares de homicidas que fumam com criancinhas dentro do carro e os botellhóns, proibindo a venda de bebidas alcoólicas em postos de combustível – onde é, reconhecidamente, mais barato comprar seja o que for. Protecção da saúde de catraios e adolescentes de uma vezada só. Depois desta semana era isto que era preciso. Medidas populares, apoiadas pela comunicação social, sem custo para o legislador. Até parece mentira.






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